A relação entre a Globo, William Bonner e toda equipe de comunicação da emissora carioca com o presidente Jair Bolsonaro nunca foi tão belicosa quanto agora. De fato, ambas as partes nunca mantiveram um nível de amizade e laços estreitos, tal qual o mandatário mantém com a Record que, por sua vez, mantém postura mais partidária e menos crítica ao governo.
No entanto, Bolsonaro e a Globo partiram definitivamente para a guerra após uma reportagem do Jornal Nacional que mostrou depoimento de um porteiro que trabalha no mesmo condomínio que Bolsonaro, que aponta uma suposta participação do presidente no assassinato da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. Antes de chamar a matéria produzida por Paulo Renato Soares, William Bonner leu ao vivo parte do que o público iria assistir e surpreendeu pelo conteúdo bombástico.
A reação de Bolsonaro foi imediata, com ataques à Globo e ao jornalismo da emissora, chamando-a de “esgoto”, entre outros adjetivos pouco qualificativos. A empresa, por sua vez, reagiu aos ataques intempestivos do presidente e William Bonner leu um posicionamento do canal dizendo lamentar a atitude do presidente.
Fato é que as revelações trazidas à tona pela Globo por meio do Jornal Nacional alavancou e muito a audiência do telejornal comandado por William Bonner e Renata Vasconcellos, atingindo números recordes de telespectadores e, por conseguinte, jogando ainda mais a Record para escandeio na luta pelo posicionamento no Ibope e o número de televisores ligados.
De acordo com informações do site Na Telinha, a Globo registrou crescimento nos números do Ibope no horário em que o Jornal Nacional é exibido, e fez com que o noticioso atingisse seu melhor resultado em mais de dois meses, com cerca de 34 milhões de telespectadores, superando, inclusive, a audiência da novela A Dona do Pedaço, que é um verdadeiro sucesso de público.
Ainda segundo o site, os dados do Painel de Televisores de televisão (PNT) se referem a 15 praças em que há medição da Kantar Ibope.
FONTE: otvfoco.com.br